quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Pula quantas linhas?



É pra copiar agora? Isso cai na prova? Tem que responder hoje? Pode fazer de dupla? Pode ser a lápis? Eu não entendi! O que eu tenho que responder nessa questão? Eu fiz o dever todo, mas deixei o meu caderno no carro... Posso mostrar amanhã? Vai valer nota?

Provavelmente você já tinha até esquecido de muitas dessas assertivas acima e talvez tenha até se lembrado de outras (que eu vou ADORAR ver escritas no cantinho dos comentários). Só que, para alguns ex-alunos, as tais pérolas voltam a fazer parte da rotina escolar não mais como idéias brilhantes, mas como tortura para os ouvidos do então professor.

No meu doce lar em Ilhéus habita um desses seres abençoados, com passe livre pelo portão dourado de São Pedro. O Diogo – meu irmão mais alto (tá bom, mais novo!) se forma no fim do ano em Pedagogia, mas já exerce a duras penas o (sacri)ofício de professor.

E que sacrifício, viu? É preciso preparar a aula, aplicar os deveres, corrigi-los, entregar os trabalhos, explicar o que estava errado, e... começar tudo de novo no dia seguinte. E pensar que muito praguejei contra os deveres de casa! Basta tentar corrigir um simples exercício sobre as horas em relógios analógicos, onde todos os ponteiros foram incrivelmente desenhados com o mesmo tamanho. É de subir pelo quadro negro.

Mas como todo trabalho que se preze, sempre se tem uma historinha divertida, além daquelas dos contos de fadas. E o Diogo tem várias guardadas na caderneta, como essa; Após uma longa explanação sobre a diferença entre animais racionais e irracionais, uma aluninha concluiu sabiamente: Ah, entendi! Irracional é, tipo, o burro, né tio?

É. É isso mesmo. E a gente, que é racional, aproveita o 15 de Outubro pra desejar felicidades, pedir desculpas pelos deveres não feitos (e por aqueles que a gente jura que o cachorro comeu), e agradecer por tanta paciência, sabedoria e dedicação. Nota dez pra você!

Pra quem não teve a oportunidade de felicitar algum professor, eu empresto o meu irmão e o espaço dos recados pra você fazer a sua homenagem. Já pra quem ainda é aluno e precisa de uma saída estratégica pra um dever esquecido, segue uma dica preciosa que aprendi com meu pai (juro!):

- Professora, a senhora acha justo uma pessoa ser condenada por algo que não fez?
- Lógico que não!
- Professora, eu não fiz o dever...


link | posted by Lari Bueno at 22:36
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Querido Blog

Apesar do amor pelas palavrinhas nossas de cada dia, e dos pensamentos que pululam nessa minha cabecinha de melão, relutei muito até resolver dar início a esse Blog. Pra quem nunca preencheu as páginas das agendas ou diários presenteados a cada aniversário (supostamente lacrados, mas que não resguardavam nem o perfume de tutti-frutti da brochura), acreditem, esse cantinho é uma grata surpresa, até pra quem vos escreve.

Mas cá estou eu. Depois de uma tarde inteirinha brigando com os códigos de fontes, catando imagens pela Internet e deixando a coluna em petição de miséria, organizei esse espaço do jeitinho que imaginava. Afinal, era preciso ter toques de algodão doce, cheirinho de saudade e um tom de verde chiclete.

Nesse canto tão meu, não tenho pretensões nem desejos secretos. As portas ficam abertas pra receber amigos e visitantes inesperados; pra ouvir, ler, escrever e relembrar; pra preencher os espaços, pra vivenciar o vazio e o repleto, e pra acreditar sempre no incompleto.

Eu preciso ler meus melhores ou novos amigos e imaginar um sorriso por trás da telinha de um computador num lugar distante. Anseio por respostas, histórias, segredos e memórias. Quero as frases mais incomuns e as bobagens soltas no vento, o abraço que não ultrapassa a distância, mas que se lê nos recados logo abaixo.

Se for pra falar das flores, do céu azulzinho, das filosofias de metrô, eu me arrisco num português ainda que inventado. Posso até tropeçar nas vírgulas, mas deixo o recado. Trago na bolsa as histórias da professora com riso de bruxa e na pasta a tiracolo as lembranças que a Feliz Cidade despertam. E nos dias em que a saudade apertar, deixo de lado cada lágrima, e em troca do ombro amigo, eu ganho o teclado.

Na casinha de bonecas, sempre tem espaço. Fique à vontade, coma um pão de queijo, se sirva do leite com canela e vem cá me contar as novidades. Acredite: nesse lar doce Lari, você é sempre bem-vindo! E que comece o nosso diálogo...


link | posted by Lari Bueno at 13:14
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É brasiliense de natureza e baiana de coração. Formada em Direito e em Ciências Contábeis, mas permanece eterna estudante. Mora numa casinha de bonecas, adora brincadeiras de rua e sonha em publicar um livro infantil. Acorda sempre cedo, digita sem olhar pro teclado e dobra papéis a toda hora. Tem saudades de casa, dos amigos e da família, e não vê a hora de encontrar cada um deles novamente...