Que atire a primeira brochura quem nunca se rendeu às prateleiras de auto-ajuda. Eu confesso: já adquiri (ou ganhei, ou me emprestaram) vários exemplares desta categoria. Tenho em casa uns bons manuais de meditação (acompanhados de CDs que sempre me fazem ter pesadelos terríveis – que incoerência, não?). Já li quase todos os escritos de Og Mandino (que parecem versar sobre o mesmo assunto, além de terem capas idênticas) e tenho um carinho enorme pela “Arte da Felicidade: Um Manual para a Vida”, apesar de nunca ter conseguido chegar às últimas páginas de ensinamentos do Dalai Lama.
Desvendar os mistérios das máscaras de oxigênio e ganhar dinheiro com isso; Compreender a relação paciência x oportunidade: a hora certa de levantar após o pouso; Estimular a sua destreza diante do sistema de travamento das mesinhas.
O mais curioso sobre este livro é que ele foi escrito por... Bruna Surfistinha. Esse verdadeiramente faz jus ao título de “auto-ajuda”. Não é genial?
Nunca subestime um Pinscher – ele também sabe morder. Tênis e boné fazem toda a diferença num dia de sol e sacola cheia. Usar uniforme poupa mais horinhas de sono pela manhã.
A eficácia de um mantra para enfrentar a fila da Riachuelo. Alimente-se de energia e poupe o dinheiro desperdiçado no Mc Donald’s. Como ser educado diante da vendedora que diz que você ficou linda numa roupa incrivelmente folgada. Como fechar a mente e os olhos diante de uma promoção.
Uma linha de produtos muito grande não vai te ajudar a pescar mais clientes – ao contrário, vai dar muito nó! Cuidado com os anzóis que você contrata, eles podem acabar com sua pescaria. Pesque e pague – sempre nessa ordem: receba antes a mercadoria e pague ao seu fornecedor após conferir a qualidade do peixe. Engodo: uma boa isca pode render lucros consideráveis.
Nota na orelha: Confira se a escola onde seus filhos estudam alfabetiza no jardim-de-infância, caso contrário, eles vão perder a ótima oportunidade de ler este livro!
Aprendi a escrever livros com títulos como este e vender muuuuito! Faça o mesmo.
"Ping" é uma história que homenageia o passado, contando o presente e que vai ajudá-lo a estabelecer metas para o futuro. É uma leitura que ampliará sua visão, oferecendo novas possibilidades de lidar com os desafios que a vida diária impõe, além das transformações tão necessárias para o nosso crescimento que, por muitas vezes, nos sentimos inseguros e incapazes de realizar. (Essa descrição eu precisei copiar do site. Depois de ler essa obra prima da literatura, pode-se até dizer que um sapo mudou sua vida. Se bem que isso está parecendo uma adaptação do clássico Patinho Feio agora na versão anfíbia...)
O polegar opositor é o símbolo máximo da evolução humana. O homem precisa do polegar opositor para amarrar seus sapatos. O místico é um ser evoluído. O místico é um ser humano (até prova em contrário). Por um processo dedutivo, acho que ele deve fazer as orelhas de coelhinho como todos nós, faz um X da Xuxa, passa uma orelhinha por dentro da outra, e fecha o laço puxando pelos dois lados com a mesma intensidade.
Proibido para compositores de funk e música brega. Se este é o seu caso, leia Tudo o que Você Pensa, Pense ao Contrário, de Paul Arden, ou Não Acredite em Tudo o que Você Pensa - Os Seis Erros Básicos que Cometemos Quando Pensamos, de Thomas Kida que devem estar nessa mesma prateleira e são comparáveis ao Creu na quinta velocidade, em matéria de didática e conteúdo.
Este livro somente deve ser lido no seu ambiente de trabalho, e próximo à pessoa responsável por ter feito você gastar uns trocados pra comprar esta obra. Nas páginas a seguir, você encontrará as melhores piadas de português e de papagaio também. Não se esqueça de rir bastante e deixar seu colega “assassino” encucado com a sua leitura.
Aprendendo a acertar uma bolinha minúscula num buraco ínfimo e muitas vezes distante: você dominará a técnica de fazer xixi sem molhar o banheiro todo. (nota da revista veja: escrito por uma mulher e dedicado exclusivamente aos homens, já esgotou o estoque na primeira semana da pré-venda. Vai ser o presente de todo e qualquer marido no próximo aniversário de casamento).
Notas de um crítico amigo ou de um amigo crítico?: como não poderia deixar de ser e como leveza não combina comigo, minhas notas em nada acompanharão a forma Lar Doce Lari de ver e contar a vida. Mas lá vão:
Porque "Posso-te ajudar?" e não "Posso te ajudar?" Minha professora nunca me explicou isso.
Fora isso, se o título da Obra fosse indagações de um milionário enquanto viaja na classe executiva, a pergunta mais cruel seria como escapar vivo pelas saídas de emergência em caso de acidente. Se fosse indagações de um pobre seria como escapar vivo de um ônibus é claro!!
A diferença seria apenas quanto ao sucesso da obra: "Como ser milionário e escapar com vida de um acidente aéreo". esta sim, seria um estouro de vendas, um best seller. Já o outro, nao poderia dizer o mesmo...
Brincadeiras a parte e fora essa ser uma preocupação real minha, acho que adorei o que vc escreveu. Ao menos me diverti escrevendo essas besteiras.
E quanto ao seu estilo, acho que vc seria uma boa cronista. Perspicácia, talento, apuro, olhar de máquina fotográfica, serenidade.... Sou suspeito mas é verdade!
bjinho.
Oi, Lari!
Eu penso o seguinte: as vezes estamos perdidos, sem rumo, cheios de incertezas... É nesse momento que os livros de auto-ajuda funcionam! Os conselhos parecem ter sido escritos especialmente para a gente!
Quer dizer... Não é o tipo de leitura preferida de ninguém, mas todo mundo lê, em algum momento!!
Adorei teu post!
Beijos!
Livro de ajuda...pois foi livro de auto ajuda pra quem escreveu...como já diria Carlota Joaquina no terça insana 2
Ana Gomes
Vi o link do seu blog lá no orkut [vc comentou no meu orkut sobre a oração da CL COMU] e resolvi dar uma olhada. Não perdi meu tempo, porque o post tá incrivelmente interessante. Gostei da maneira levemente sarcástica com a qual você escreve. Passarei aqui mais vezes, com certeza! Beijo e fica com Deus :*
É brasiliense de natureza e baiana de coração. Formada em Direito e em Ciências Contábeis, mas permanece eterna estudante. Mora numa casinha de bonecas, adora brincadeiras de rua e sonha em publicar um livro infantil. Acorda sempre cedo, digita sem olhar pro teclado e dobra papéis a toda hora. Tem saudades de casa, dos amigos e da família, e não vê a hora de encontrar cada um deles novamente...
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